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Carta aberta à comunidade escolar sobre a ocupação do espaço da Escola Estadual Américo Renê Giannetti pelo Colégio Tiradentes



Nas últimas semanas, a Escola Estadual Américo Renê Giannetti vem sendo sondada por militares e integrantes da Superintendência como uma possível localização para o Colégio Militar Tiradentes. Salas foram observadas, engenheiros mediram espaços, perguntas foram feitas, entre outras visitas técnicas.

O colegiado escolar foi informado sobre a possibilidade da perda de boa parte da escola (metade dela, na verdade) que deverá ser utilizada para acomodar o Colégio Tiradentes, atualmente em um prédio alugado.

Consideramos que cogitar a divisão de um prédio que funciona plenamente é inadmissível. O Renê Giannetti é a escola com o maior período matutino da SRE de Uberlândia. Funciona nos três turnos, possui projeto de tempo integral, magistério, Ensino Médio e Fundamental II, laboratórios de informática, sala de artes, sala de exposições, laboratório de física e química, sala de geografia, salas multimídias, entre outras que são utilizadas em momentos de projetos interdisciplinares ao longo do ano. Possuímos também um anfiteatro que é utilizado com finalidades pedagógicas e administrativas, ou seja, útil para os servidores e alunos, porque aulas também ocorrem naquele espaço, que é apropriado para atividades específicas.

Nossa escola não está desocupada e muito menos ociosa. Existem 51 servidores efetivos, 55 servidores contratados (incluindo designados, ATB e ASB) e 1340 alunos. Alunos esses que escolheram nossa escola pela proximidade com os locais de trabalho, porque precisam estudar no período matutino, porque possuem laços afetivos visto que é uma escola que formou gerações nos seus mais de 50 anos de existência.

É bom esclarecer que os alunos e servidores da Escola Estadual Américo Renê Giannetti não serão absorvidos pelo colégio militar, esse será um local a parte e continuará com as mesmas normas de seleção atuais. A informação é de que eles construiriam um muro separando as escolas.

Se isso for concretizado perderemos de 30 a 40 salas. Entendemos que o objetivo é que o Renê Gianneti mingue aos poucos até ser obrigado a deixar o prédio de vez.

É importante salientar que nossa escola vem sendo ocupada por forças externas e superiores há anos. Já perdemos nosso prédio para a UNIUBE e foi com muito custo que conseguimos recuperá-lo. Perdemos metade do nosso terreno para a própria Superintendência e agora querem nos retalhar novamente. Será que não existe outro prédio viável que esteja desocupado? Será que o dinheiro a ser investido em reformas não pode ser utilizado para a construção de um outro prédio ou para a manutenção da escola no seu local atual? Por que a nossa escola, mais uma vez, é o alvo?

Não somos contrários à existência do colégio militar, acreditamos que é parte da pluralidade da sociedade. Porém, somos contrários ao retalhamento da nossa escola em detrimento da construção de outra. Somos contrários à visão de que um prédio ocupado possa ser considerado ocioso e oferecido a quem for mais forte. Somos contrários ao desmantelamento de uma escola plural marcada pelo respeito, que atende qualquer pessoa independente da sua origem, que acolhe a diversidade que caracteriza nossa sociedade em detrimento de uma escola com critérios muito específicos de matrícula.

Somos pessoas, criamos vínculos. Somos o Renê Giannetti e não vamos desistir da NOSSA escola, do NOSSO prédio.